quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Histórias de criadora, Episódio 4. A primeira correcção de rumo.

O novo grupo de aquisições que se seguiu resultou da boa impressão que me causaram as criadoras de linhas "outcross" e "foundation", ou seja, de linhas em que se procura maior diversidade, quer recuperando linhas antigas menos usadas, quer optando por linhas novas, recentes.
Os livros de origens do Maine Coon, nos USA, ainda estão abertos. Quer isso dizer que é possível registar um gato que tem as características da raça mas de que se desconhecem os progenitores. Esse gato é um F1. Isto acontece na zona este dos USA, Maine e estados vizinhos, e do Canadá.
Este trabalho, que considero muito meritório, é extremamente difícil, porque as ninhadas que estes gatos produzem são muito heterogéneas e podem aparecer gatinhos que não tenham as características essencias da raça. É uma dura selecção em que, procurando-se a diversidade que traz força e resistência à raça, a chamada força da heterose, também se encontra, além da falta de tipo, taras, doenças ou desconformidades comportamentais, que impõem a eliminação da linha do programa de criação, o que também deveria acontecer nos pedigrees de exposição mas, aí, outros valores se levantam...
Na Europa há quem tenha aproveitado este trabalho levado a cabo por criadores americanos e canadianos e utilizado gatos "foundation" (F1 a F6), misturando-os nas suas linhas ou trabalhando a partir exclusivamente destes. Estes criadores são muito exigentes no que respeita à saúde dos gatos, tendo, por vezes, várias gerações de gatos testados em relação às principais doenças que afectam os MCO. Há também uma política de abertura e transparência na criação, criando bases de dados e programas de saúde onde se ousa, finalmente, dizer: o meu gato X ou Y, teve estas doenças. Mas, sobre as questões de saúde falarei mais tarde, para não me desviar.
É difícil convencer estes criadores a mandarem os seus gatinhos por avião. Querem que os compradores os vão buscar, pessoalmente, e que se comprometam a continuar o mesmo caminho. Testando, seleccionando, e não vendendo, para criação, a quem não segue a mesma política.
E foi assim que tive que pôr pernas ao caminho e ir buscar, pessoalmente, a Choice à Alemanha, a Fin à Suécia e a Moonie à Bélgica.

1 comentário:

Anónimo disse...

Só uma paixão incondicional por estes felinos pode levar a tamanhas aventuras! Mas o resultado é muito gratificante, apesar de tudo... Valeu a pena!!! Eu sou um gatinho lindo. Uma obra de arte criada por vós:):):)